terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Crónica do Aniversário da Casa dos Dragões de Espinho

A menos de vinte e nove minutos da hora de encontro, entretinha-me eu com a árdua tarefa de conseguir apertar o raio do botão das calças do majestoso traje. Foi nesse acto historicamente belo que dei conta da bela quantidade de anos que esse marco de referência tinha, e da sorte que apesar de tudo tinha de caber dentro dele, apesar do facto de perder alguns minutos para apertar o botão das calças, equacionar a utilização de uns suspensórios e o colete começar a ter parecenças com um espartilho...
A missão vestir traje ficou concluída a tempo de chegar a tempo ao check sound. Já andava afastado do traje e dos palcos há alguns tempos, afastamento ditado por uma mega promessa, finalmente concluída, mas mesmo assim não me lembrava da pomposa actividade de check sound, a não ser dos afinanços das guitarras a dez segundos de sermos anunciados num qualquer palco de salão paroquial ou debaixo da janela de uma bela moçoila. Ponto de encontro, café por debaixo da Casa do Porto de Espinho (desculpem não faço menor ideia do nome), e ditava o relógio umas majestosas 17:59, no ponto de encontro estávamos 6: Guru. Tiago Guimarães, Gui, Zé Rodrigo, Eduardo Gicas e eu.
Depois de uma aventura pelos corredores da cozinha do casino de Espinho, lá demos com o palco, e que palco. Como diria o Gicas, podia ter um daqueles em casa. A instalação sonora era fantástica e tivemos de repetir uma música três vezes, para o senhor do som afinar os micros.... E que micros, se tivéssemos uma pandeireta e um bandolim em palco, bastávamos os 6 para um grande espectáculo, isso e saber as letras todas. Mas estávamos a contar com 16 elementos para a o início da noite, já estávamos a imaginar o espectáculo, pena ter de ser só de 30 minutos.
As condições de recepção, para além do excelente palco e check sound, melhoraram com o que veio a seguir, que nos viu mudar o lema de "no mínimo como o Guru", para "no mínimo como no Casino, mas com as cervejas dos Bombeiros"! Tínhamos à nossa disposição 3 camarins, uma mesa com salgadinhos, redon, quiche e muita fruta, e um frigorífico cheio de colas, trinas e outras coisas que tal, e apenas uma grade de super bock... mas como o que conta são as intenções, ainda ficamos à espera das bailarinas russas... Os camarins tinham lâmpadas fashion do IKEA à volta e um cheiro intenso de tabaco, também deviam ter uma gordura estranha na parede, mas ninguém confirmou tal facto.
Aos poucos e poucos foi chegando toda a gente, incluindo o apresentador do espectáculo, o grande Né Vasco, voz inconfundível das rádios locais de Espinho, mas que não nos conhecia, e que foi bastante simpático ao dar-nos uma idade global na casa dos vintes e qualquer coisa... esta gente da rádio nunca foi de grande confiança... e também as indicações dos timings que tinhamos de cumprir por causa do discurso do querido Jorge Nuno, que viria a palco a seguir à nossa actuação... somos mesmo grandes... :P, resultado, tempo de actuação reduzido sequencialmente ao longo da noite de 29+1 minutos, para 19+1 e consequente abandono de canções e palhaçadas a cada minuto que passava.
À vida foi também a ideia de trazer o Helton a tocar o "Frango da Maria" connosco, havia de ter sido bonito.
Chegou a hora da verdade, a playlist foi: Farol de Montedor, Cinderela, Carteiro, Nem Às Paredes Confesso, Pito da Maria, Vareira... no total a actuação rendeu 19+1+1 minutos, dentro do timming esperado.
O Pedrugo reza a história de não ter mandado nenhum prego durante toda a actuação, e esta não correu mal de todo, tirando o facto de estarem todos os espectadores a comer e a pedirem autógrafos aos senhores importantes da plateia.
Nova volta aos camarins, atacamos o bolo de chocolate e a água Vitalis radioactiva... que venha o próximo... e "no mínimo como no Casino, mas com as cervejas dos Bombeiros"!

Claudicador

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