terça-feira, 24 de agosto de 2010

OFICIAL: Jardel deixa os estádios!

Antes de começar, gostaria apenas de dizer que, já tendo muito kilómetro debaixo dos pneus (fruto do consumo continuado de água do Mosteiro de Leça) ainda me deparo com momentos de admiração e embasbaque (inventei agorinha mesmo). Mas já lá vamos...

Eram ainda umas soalheiras 13:19 quando o Guru e a minha pessoa se encaminharam ao ponto de encontro que era, pasmem-se, no América. Alías, quando é que estas referências continuadas na blogosfera começam a render finos, assim por dizer, à pala? Já dever haver malta nos mais longínquos confins da Rua 62 a conhecer esta casa à nossa custa! Adiante, que já desabafei.

Depois de alguma discussão sobre a legitimidade de estacionar em plena faixa de rodagem, seguimos fortes e confiantes ao encontro do Pide que nos aguardava, não de lápis azul em riste, mas de burbulhante e resplandescente copo na mão. Sim, como são todos os finos no América! (pub) E assim trocámos algumas palavras de carinho e reconhecimento mútuo, fechando com os devidos insultos dada a sua situação de férias praticamente intermináveis. O ordinário!

Segundos depois de ter dado um toque ao Cancioneiro (que frase bonita), ei-lo! Porte altivo, barba impecávelmente aparada e muita fominha. Dada a proximidade com a hora de almoço e com os estómagos em auto-digestão era tempo de pedir forragem. Estando de dieta e a fugir de fritos, pedi dois rissolinhos que, segundo consta, são cozidos. E assim fui acompanhado pelos restantes convivas por entre mistos e senhores que só comem pregos aos pares. Tipo, dois de cada vez. Ainda dizem que estamos velhos.

Estávamos nós na comezaina, a falar de boca cheia, cuspindo pequenos pedaços de comida, quando chega o nosso Maikel Náite (nunca hei de saber escrever isto) que se junta à malta a uma pequena distância de segurança. A prosa fluia. Foi então discutida a data para a magna jantarada de início de época, que seria por volta do início de Setembro. E porque não anteceder o início de época por um jantar de fim de época para dia 31 de Agosto? Apesar de não ter recolhido muita aceitação, é a minha opinião, e eu concordo com ela. Para fazer esquecer o meu momento de clarividência, foi anunciado que o Sr. Manuel Sancebas teria uma música alinhavada para tocarmos, algo que muito nos alegra e honra.

Breve revisão das músicas a tocar (que medo...) e chega o nosso Moikano assim completando a bela meia dúzia de seis. Ala que se faz tarde!

Após uma agradável viagem em viatura com o clima controlado, chegámos a Fornos, onde fazendo juz ao nome, estava um calor que não se podia. Foi com supresa que se constatou que o que nos sobrava em calor, faltava em tecido aos vestidos de avisadas moçoilas que sábiamente anteciparam as condições climatéricas do local.


Apenas alguns instantes decorridos e estamos em companhia desse grande senhor, Jardel! Sempre em grande forma. Silhueta atlética e a confiança dos grandes momentos, com felicidade estampada no rosto. Após a comoção inicial devida ao grande acontecimento que se aproximava, lá nos preparámos e colocámos em posição para dar início à função. E aí vem Jardel, acompanhado pela Moçoila (a música, não o objecto final da demanda).

O nervoso miudinho aumentava e chega a noiva, acompanhada de seu pai nessa derradeira viagem para os braços de seu escolhido. Bandolins à ilharga, acompanhada de piquenas e académicas pagens. E assim se iniciou a cerimónia. Que belas leituras, a convidar à introspecção dos presentes, e com grande impacto neste grupo de serenantes, sentados por trás do ambão. O salmo, brilhantemente intrepretado pelo Guru, com a sua capa traçada em homenagem ao grande Jardel.

Muitos foram os momentos de elevação, por entre o enaltecer do fogo do noivo e da fecundidade da noiva (he he... he... he... estas coisas bíblicas...). E após os votos, e porque “Não separe o homem o que Deus uniu.”, permaneceram os nossos noivos de mão dada por longos momentos.

Não esquecer o inspirado “Cordeiro de Deus”! A potência da pandeireta do Moikano que ecoava pelas naves! As vozes afinadas! O Jardel quase a tocar contrabaixo! E no final! A grande pergunta! Quatro palavras mágicas:

- Vão tocar o cordeiro?...

O que é que será que esta pergunta quer dizer? Desenganem-se os que pensaram que era resultado dos pregos do bandolim, que tornam qualquer música irreconhecível. Quer apenas dizer que a nossa versão é tão desconcertantemente nova que se eclipsa o original.

E embalados por tão belos cânticos, e sem dar por isso estávamos no final da cerimónia. Rápidamente, e em cunha, nos dirigimos para a entrada do templo onde estenderiamos as nossas capas em deferência aos recém-enforc... casados. Não sem antes organizar um “Porto de Honra”, transportado em providencial mala térmica, préviamente preparado pelos noivos para que todos pudessem, logo ali, brindar à sua felicidade. E brindar, e brindar, e alguns ainda, brindar novamente. Vá... e brindar. Não esquecer o FRA do GAS, feito de gás por este vosso servo (foi a emoção). Atenção à mala térmica... Existem ideias para a tornar num item standard GAS69... Já encontrei algumas de traço académico... Uma mala térmica de granadinhas...

Após tentarmos infrutíferamente emborrachar, ali mesmo, os nubentes, e tendo as gargantas em chama de com tanta alma cantar, descobrimos a Adega Regional Vitualha, onde toalhas eu não vi (peço desculpa, não resisti à chalaça). Enquanto no recinto se faziam as últimas despedidas, nós tratámos de malhar finos e rissolinhos como se não houvesse vida para além de uma cerveja em copo plástico. De repente, estava de novo na queima!

O tempo parou...

E assim, admirado e embasbacado, constatei:

Jardel deixa os estádios e recolhe a casa, que será sua e de quem guarda o seu coração.

Vivam os noivos!

PS - Não desapareças miúdo!

domingo, 1 de agosto de 2010

FESTA DAS COLECTIVIDADES, PARAMOS, 30 de JULHO DE 2010

É com esta tentativa de aqui registar alguns dos acontecimentos ocorridos em mais uma noite de actuação do grandioso GAS de 69, que inicio a minha carreira literária neste nosso já universalmente conhecido blog.
Passemos aos factos. Ou não, que o registo que adopto fica mais próximo do romance do que do mero artigo jornalístico.
Cheguei ao já usual ponto de encontro com uns pontuais 40 (quarenta) minutos de atraso, pelas 20:40h. À mesa, o Guru, o Pide, o Cuequinha Preta, o Jardel e a sua Noiva que com o aproximar do DIA de modo algum o deixa desamparado nestas lides, e um muito aluado Canecão. Talvez a proximidade de mais um importantíssimo jogo desse execrável clube do qual é adepto lhe ocupasse a mente, ou algum assunto de foro mais íntimo. Como cantava Amália, não sei, não sabe ninguém.....
Efectuados os cumprimentos aos presentes, tomei conhecimento que o reunir marcado para tão cedo se devia a uma muito remota hipótese de brindar-mos mais um recém casal, que nesse momento festejava o acto na Quinta da Camarinha, com uma memorável serenata. Nessa celebração marcava presença o nosso insubstituivel Almeida Santos, e ouvi dizer que a verdadeira razão da serenata se prendia mais com a tentativa de resgate, sim resgate, desse nosso elemento do que com outro qualquer motivo. Afinal, o insubstituivel, é solista em algumas músicas e é o nosso primeiro bandolim, motivos mais do que suficientes para a sua ausência ser temida. Havia que aguardar a chegada de mais elementos para que fosse possível ponderar tal missão.
Assim, foram passando os minutos, entre finos, pregos, hamburgueres e conversas acerca do que fazer com os milhões do prémio do euromilhões que teima em não nos sair. Entre outras mirabolantes ideias há que salientar a aquisição de autocarros, fabulosos iates (aconselho a visita a www.why-yachts.com), a instalação do GAS de 69 no Palacete da Pena e a inevitável construção de um cervejoduto para que o abastecimento desse combustível a que somos movidos fosse abundante e contínuo. Até já se teciam projectos para spa's de cerveja,imaginem.
Já o devaneio ia longo e se quantificavam salários para profissionalizar o GAS de 69, ponto em que a discórdia estalou devido aos elevadíssimos salários pedidos por elementos como o entretanto chegado Viscoso, que, desfaçatez estampada no rosto, afirmou que por 200 €, eu repito, 200 €, se tornava profissional. Outros, mais sérios e honrados apenas exigiam 5000€, ou 4999€ como o Pide, sempre altruísta e consciente da necessidade de justiça salarial neste país. 200€, valham-me os santos todos.
Pés novamente assentes no tapete da esplanada do América, e após a triste constatação que ainda não era desta vez que tinhamos que ter esta discussão dos salários do GAS de forma séria, o Guru lembra que convinha fazer o alinhamento, vai daí, saca de um guardanapo, pede uma caneta e numa penada estão doze músicas alinhadas, repertório mais do que suficiente para uma hora de actuação que era o que estava contratado.
Assente ficou também que dado o adiantado da hora já não seria possível efectuar o resgate, pelo que, por sms, foram encetadas tentativas várias de obter a presença do insubstituivel na actuação que se perfilava. Como que por birra perante a nossa ausência no casório, ou talvez porque o menu, quer o sólido quer o líquido, se apresentava bem mais apetecível lá do que no local da actuação, Almeida Santos nos deixa apenas com uma ténue esperança na sua presença.
Dos elementos com presença assegurada apenas faltava o Moço, que resolveu contribuir para a produção nacional no último dia antes de férias com umas horas mais de trabalho. Remunerado ou não , também é como diz a Amália, e o Gigantone que deslargava o carro amarelo quase na hora marcada para a actuação e que consequentemente ia lá ter.
Assim nos deslocamos em caravana composta por três viaturas, com direito a música ao vivo dentro das mesmas e gajos dependurados das janelas. O costume.
Chegados ao local da faena e após 227 voltas à rotunda (este número é aproximado pois fiquei ourado e não as consegui contar) lá estacionamos num sítio qualquer pois a organização não reservou lugares VIP para as viaturas dos artistas. Aqui está mais uma cláusula a incluir em contratos futuros.
A entrada no resplandescente recinto da festa fez-se sob um auspicioso luar de tons alaranjados devido ao fumo dos fogos que por este país lavram.
Como sempre, este bando de enrroupados em demasia para o calor que se faz sentir nesta altura do ano, atraiu de imediato as atenções dos presentes. Será que um traje ainda tem tanto impacto? Aqui fica uma proposta para futuras discussões.
Ocupava o palco a Banda de Paramos. E continuou a ocupar até depois das 24h, quando nos pediram para actuar às 23h. O que nos valeu foi a simpatia das funcionárias da barraquinha dos Milhafres (ai se eles lêem isto) que após nos venderem as três minis que tinham no frigorífico, lá nos continuaram a aturar e a fornecer o tão precioso liquido já em copo de plástico de 25 cl. Isto é a prova viva que nós não nos preocupamos com a embalagem mas com o conteúdo.
Terminada então a actuação da Banda, limpo o palco da parafernália utilizada pela dita, instalados os microfones, eis que o Sr. Presidente da BMUP tem o meritório acto de colocar no palco uma grade de granadas de mão fresquinhas (vulgo minis). São actos destes que tocam fundo no coração de um homem e cimentam relações institucionais.
Subimos ao palco e o assunto tornou-se sério. Conseguimos mais palmas do que a Banda, o que é normal pois somos mais ordinários do que eles, e o que o povo gosta é de ordinarices, mas efectivamente nem todas as actuações podem entrar no rol das memoráveis e esta intégra esse grupo. O Gigantone nem deu pregos, o Moikano esteve ao seu nível, o Guru empenhadíssimo na apresentação, as vozes afinadas, eu cantei as músicas quase todas, o Jardel imparável no baixo, mas não estivemos lá. A hora já ia adiantada, o som não ajudou, o público também não se empenhou muito, exceptuando aquele senhor que até o "Farol de Montedor" dançou, enfim, fosse o que fosse, houve qualquer coisa que nos correu menos bem, mas cumprimos os mínimos ou até os médios e por aí nos ficamos. Melhores actuações virão.
Terminada então a actuação e ultrapassado esse obstáculo que são as escadas do palco, eis chegado o momento da confraternização e inevitável repasto, composto por muita cerveja, pregos, bifanas e papinhas de sarrabulho. Isto acompanhado por uma desgarrada em que o refrão era uma coisa muito estranha...... " E mostra a peida, E mostra a peida....". Isto tudo na presença da filha do Presidente da Junta. Não havia necessidade.
Para finalizar apenas dois apontamentos:
A inevitável sessão de pancadaria inoportunamente interrompida pelos elementos da segurança. Nem sangue cheguei a ver, e disso dei conta à organização para que em futuras edições dê instruções para que pelo menos deixem partir duas ou três garrafas na cabeça de alguém pois arraial popular sem pancada é como jardim sem flores.
Por fim queria aqui deixar um pedido de publicação de um vídeo de que sou proprietário, efectuado quando dois elementos do GAS trocavam de roupa em plena via pública e proferiam uma séria de parvoíces. Caso os intervenientes autorizem a sua publicação é favor fazer-me chegar a respectiva autorização em papel timbrado de 25 linhas. Caso algum editor de meio de comunicação social queira comprar o dito vídeo (de má qualidade pois foi realizado com telemóvel) eu vendo mesmo sem a autorização dos intervenientes.

E então até dia 14 de Agosto.