Passavam 37 minutos das 9 menos 10, quando eu cheguei mais que atrasado ao local de encontro. Já lá estava toda a gente! Jovens viscosos, moços, carecas, cabeludos, com óculos, sem eles e uma pequena bola de colete aberto.
Tudo a beber águas das termas de Leça, tal como manda o médico, alguns ainda a comer uma bucha para fortalecer a voz, e a pequena bola a tentar fechar o colete. Como já iam sendo horas lá se levantou tudo numa grande algazarra, e lá fomos nós para o edifício da Junta de Freguesia de Espinho. Íamos nós a meio do recinto da feira, no quarteirão entre a 31 e a 29, quando começámos a ouvir alguém assobiar e chamar. Olhámos todos e ficámos muito envergonhados porque não era pra nós. “Cambada de convencidos!”, diz o Guru. Lá seguimos mais um pouco… toca o meu telefone! Afinal nós não somos convencidos, estavam mesmo a chamar por nós porque o nosso Almeida Santos se tinha esquecido da camisa suplente na esplanada do América. Não fosse o homem perder-se no meio do descampado, eu lá fui tratar do assunto, para podermos efectivamente avançar prá Junta.
Na viagem pedonal entre reparos ao colete da Pequena Bola, quando passávamos o parque novinho em folha que está em frente ao multimeios, ouvimos uma vozinha de criança dizer-nos que não temos piada nenhuma… tuno sooooofre! Entre vozinhas que diziam que não tínhamos piada e o vozeirão do Jardel a dizer que a caixa da guitarra é pesada, lá chegámos nós à Junta.
Entrámos para os camarins quase sem parar na casa de partida, e descobrimos que além de termos a companhia de umas anãzitas loiras em estado líquido, tínhamos também as bailarinas da Escola Giselle no camarim ao lado. Lá afinámos os instrumentos (de cordas), confraternizámos com as anãzitas loiras e descobrimos que a Pequena Bola quando apertava o único botão do colete que consegue se transformava, qual Super-Homem, no Canecão!
Entretanto o espectáculo decorria com a actuação dos nossos anfitriões, o Orfeão de Espinho. Como ainda havia bailado antes de entrarmos em palco, alguns de nós decidiram ir fumar um cigarrito para aliviar os nervos. De repente aparece o Moço afogueado e em stress a reunir as tropas. Tinha havido um problema com a música do bailado e íamos entrar nós logo a seguir para a primeira parte da nossa actuação.
Lá correu toda a gente a reunir-se na boca de cena, prontos a colocarmo-nos em palco com uma táctica ligeiramente diferente da habitual… e lá começou a percussão do “Farol de Montedor”, seguida de um portento de vozes que convicção e concentração desempenharam bastante bem o seu papel. Avançámos com toda a confiança para o nosso reportório mais rapioqueiro na forma da música “Rico Tau”. A coisa até começou bem, com o Guru a ensaiar o público para que cantassem connosco o refrão. Começámos então a música em si. O Moço, primeiro solista da música, teve uma branca e cantou uma letra muito usada em todo tipo de actuações que se resume a um belo “Nananananana”. Pois muito bem, o público achou um piadão à peripécia e todo o GAS apoiou o nosso homem. Eis que o homem sossega reflecte e com toda a confiança canta a estrofe acertadamente e com vigor. Todo o GAS feliz porque até estava a correr bem… à excepção do nosso Cuequinha Preta que entrou em pânico! A estrofe cantada pelo moço não era a dele, era a do Cuequinha Preta que obviamente sabia muito bem apenas a sua! O medo o horror, há bloqueios a malta tenta gerir mas o desastre eminente aconteceu mesmo… ninguém sabia a letra do Moço, nem ele! Nada de grave, o público até gostou da risota e o Guru tal como um vendedor ambulante da província, orientou a audiência para que participasse também na música!
Seguiram-se ao desastre, o “Carteiro” e a “Menina Azul”, a primeira menos mal (aqueles holofotes em Dezembro é na boa, mas em Julho? Credo!) e com direito à redenção do Moço que deu um belo espectáculo de bailado/pandeireta, a segunda com algumas novidades mas com muita alma e vontade, que fizeram o público vibrar!
Tinha terminado então a nossa primeira parte, seguir-se-ia por fim o bailado, resolvidos que estavam os problemas com a mesa de som. Aproveitámos para relaxar hidratando-nos com mais anãzitas loiras, e concluirmos por fim o nosso fumício (como é que o alarme não disparou?). Estávamos nós a testar o sistema de alarme de fogo da Junta, quando vem de novo o Moço muito aflito dizer que não ia haver intervalo e que éramos nós logo a seguir ao solo de Ballet!
“Pronto pá! A gente vai…” coitadinhas das meninas bailarinas, lá ouviram os resmungos do povo que não conseguiu beber a cervejinha toda…
Entrámos em palco já com medo dos holofotes e do calor que íamos passar, mas com a táctica original e muita vontade de apagar a má imagem da primeira parte do jogo… ahem… actuação! Começámos com um “Lá longe” com muita garra brilhantemente interpretado pelo Canecão que de capa traçada até nem precisa de apertar o colete, e muito bem apoiado pelos “ajudas”, leia-se GAS! Seguiu-se um clássico do GAS com a Boquinha Linda a brilhar com o “Pequeno frango da Maria”. Um sucesso entre o público! Seguiu-se um “Carocha do Amor”, também muito bem cantado e que foi um sucesso ao nível da anterior, com o nosso Moikano a proporcionar um belo espectáculo cénico!
Para terminar a nossa actuação, cantámos uma música do Orfeão de Espinho, nada mais nada menos que a célebre “Vareira”, correu como nunca havia corrido e foi efectivamente emocionante ver toda a audiência a cantar em coro connosco!
Seguiu-se a Escola de Bailado Giselle com o seu Pas-de-Troix (que finos que são estes tunos, até falam francês…), e o GAS entusiasmado por tão belo espectáculo e pelo facto de haver umas folhas gigantes para o nosso cartoonista oficial dar largas à sua imaginação, lá foi composto um presente para oferecer às meninas (quem tiver a foto que coloque no blog), junto com uma pequena serenata.
No balneário o nosso Sub-Woofer, disse que a “Feiticeira” era fixe, e que ele já a sabia tocar… e lá demonstrou! O povo entusiasmou-se e decidiu logo ali dar-lhe Alternativa! O homem disse “que não, que não, que pode ser. Eu toco!” E lá nos colocámos no túnel prontinhos a ser padrinhos de tão bela alternativa!
Mas o Director da Corrida (maestro do orfeão), fez uma sentida homenagem a uma grande figura de Espinho, o sr. Manuel Sancebas, o qual retribuiu emocionado, oferecendo a bela música da sua autoria “Fado de Espinho” ao Orfeão. Após esta emoção não tinha sentido dar a alternativa ao Sub-Woofer naquela noite, mas ficou prometido!
Hás-de tourear em grandes praças!
Fomos chamados a palco, para recebermos lembranças da efeméride, durante a entrega das quais tivemos parte da tuna a portar-se bem, parte a falar com as meninas do ballet, parte armada em meninos pequeninos, sentadinhos no chão mesmo na frente do palco e tivemos os nossos pandeiretas em pose Victoria Secret mesmo em frente aos dignatários da Junta, Câmara e Orfeão de Espinho. Por fim, o Presidente do Orfeão, pediu ao GAS para distribuir belas rosas que o Moço, qual rainha Santa Isabel, segurava em seu regaço após estas terem caído da jarra onde estavam. Acedemos com todo gosto ao pedido, e por fim, com o público todo de pé, cantámos a “Vareira” com o Orfeão.
Terminou portanto em apoteose o espectáculo!
De seguida partimos para a confraternização com uma bela de uma ceia, durante a qual em conversa com o sr. Manuel Sancebas, ficou prometido que cantaremos com orgulho uma música de tão ilustre espinhense.
Uma vez mais terminou a noite GAS com debandada e strip, sendo que alguns elementos ainda continuaram juntos a beber copos com roupas mais fresquinhas e práticas!
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3 comentários:
Não foi sem dúvida das nossas melhores prestações, mas não deixamos mal ninguém.
Pena não termos tocado a "Feiticeira", até tinha ido arranjar as unhas para dedilhar tão bela música....
Enfim, os meus minutos de fama hõ-de chegar...eheh eh
Saudações Gaseanas
Hás-de tourear em grandes praças...hás-de.....hás-de........
Por falar em praça.... esse não é o termo militar para moço?
Oh moço, tu vê lá o que vais tourear, tens que manter o nível da nossa associação!!!
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